26/10/2011

DEPRESSÃO INFANTIL


Cada vez recebo mais crianças diagnosticadas ou avaliadas por mim com Transtorno Depressivo Infantil. Entende-se que este transtorno apresenta componentes biológicos e psicológicos compondo um conjunto de sintomas relacionados aos transtornos afetivos do humor.
O sexo feminino apresenta maior tendência do que o masculino explicado também por sua constituição hormonal para desenvolver depressão.
Sempre pensei, mas por que crianças que nascem saudáveis inseridas em famílias que aparentemente são adequadas, no sentido de realizarem as principais funções com seus filhos que são: cuidar, proteger, educar, saúde, sociabilizar dando condições ambientais e psíquicas para que eles desenvolvam seus aspectos biopsicossocial promovendo bem estar estão apresentando depressão.

Intriga uma criança deprimir, já que ela deveria estar brincando de pega, jogos, bola, inventando histórias e aproveitando seu mundo lúdico.
Pesquisas demonstram que algum fator ambiental tem relação direta com este quadro atual como violência urbana, diminuição do brincar ou outra forma de lazer e agendas com grande quantidade de compromissos que atualmente as crianças realizam.





Em relação aos sintomas apresentados pelas crianças encontramos:
1- Diminuição do interesse em suas atividades cotidianas
2- Perda ou ganho de peso fora do comum para a criança
3- Insônia, Agitação ou Fadiga.
4- Aumento da irritabilidade
5- Predomínio do mau humor
6- Culpa excessiva
7- Pensamentos suicidas
8- Diminuição da capacidade cognitiva (baixo rendimento escolar)
Sintomas Psicossomáticos:
Dor de barriga, dor nas pernas, enjôo, tontura, cefaléia
 
Algumas crianças desenvolvem enurese (xixi na cama) o que contribuí para aumento de sua ansiedade, medo e baixa estima.
Para que o diagnóstico seja feito a criança precisa apresentar humor depressivo pelo menos há duas semanas, acompanhado de pelo menos quatro sintomas depressivos. Muitas crianças ao passarem por esta situação podem apresentar além da ansiedade grande agitação motora o que pode ser confundido com a hiperatividade.
Portanto é necessário prestar atenção quando as crianças reclamam, pois muitas vezes é confundido com preguiça, falta de esforço para estudar, o que a deixa numa situação mais difícil desencadeando insegurança frente suas tarefas escolares, há casos de fobia escolar.

Sabe o que eu penso, entendo que existe a questão biológica, a alteração dos neurotransmissores, mais o que realmente sei é que, quando crianças estão assim, sinalizam que algo não vai bem a seu ambiente. Portanto criança necessita criar vínculos afetivos seguros como modelo de experiências positivas onde ela sente que é acolhida e compreendida para superar suas dificuldades.
Outra estratégia é o brincar para aliviar tensões e aumentar seu bem estar.
Concluindo é importante que os pais busquem ajuda para que o diagnóstico seja feito precocemente. A união da psicoterapia, psiquiatria infantil, família e escola com certeza fará com que a criança saia mais rápida desta situação.

Teresa Zogaib

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