24/05/2013

INVEJA




Tenho observado que entre os vários assuntos que surgem no consultório a inveja é um dos mais citados. Interessante ver que a maioria das pessoas percebe que a inveja esta presente na outra pessoa, mas raramente percebe que ela também esta presente dentro dela.
Por ser um sentimento negativo que envergonha quem o sente, as pessoas rejeitam, reprimem e por fim agem como se ela não sentisse inveja e afirmam isto orgulhosamente.
 
Todos os seres humanos sentem emoções positivas como também as negativas. A meu ver o problema da inveja é quando a pessoa não reconhece sua existência e, portanto não trabalha este sentimento, deixando que ele torne-se poderoso, paralisante e destruidor tanto para quem sente, como para quem é invejado.
 
A Psicologia já estuda há muito tempo este sentimento, e o comportamento de quem o têm já num estágio mais avançado relacionando com algumas características de personalidade e da maneira de como se relaciona. Como por exemplo: pessoas vorazes que querem tudo para si e desejam se apropriar do que o outro tem, mas o significativo é que, além disso, precisam destruir a outra pessoa. Isto pode ser visto no trabalho, onde um inventa fofoca, do outro com intuito de desmoralizá-lo para pegar seu lugar.
 

Outra característica é o narcisismo somado ao hábito de denegrir a outra pessoa, humilhando-a e colocando-a em situações embaraçosas, o intuito é também rebaixar o que o outro tem ou conquisto. O invejoso acredita que só ele é bom, que é mais inteligente do que a outra pessoa tratando-a com desrespeito. Geralmente apresentam sentimentos de inferioridade, insegurança, excesso de autocrítica para com o outro.

 
Os ciúmes em excesso também esta relacionado com o comportamento invejoso, destrói a outra pessoa porque não dá conta da insegurança que sente em relação a ele. Somando se ao ciúme, sentimentos persecutórios, hostis, medo, e competitivos ( rivalidade), o que contribui para  aumenta a inveja.

 
O invejoso não aguenta ver que os outros estão felizes com suas vidas, acreditam essas pessoas tiraram o que deveria ser dele, por exemplo, quantos casais se separam por fofocas inventadas justamente para que isso acontecesse. Devido à falta de consciência desse sentimento tornam-se pessoas eternamente infelizes, insatisfeitas e negativas, vibram com a infelicidade dos outros.

 Outra característica marcante é a projeção que o invejoso desenvolve, como por exemplo, comportamento persecutório, só que ele acredita que realmente a outra pessoa o persegue por querer seu mal, criando sentimentos de forte angustia e de controle para se autoproteger. Na verdade ele projeta tudo o que sente, nos outros como forma de defesa para poder lidar com sua inveja. Tudo isso acontece de forma inconsciente o que dificulta a mudança de conduta.

 
Há formas de lidar com a "inveja nossa de cada dia”, pois na condição de humano já invejamos e já fomos invejados, que é transformá-la em admiração pelo que o outro conquistou. Se ele conseguiu também podemos atingir nossos desejos, mas para isso precisamos de determinação, foco, disponibilidade e persistência. Construa seu caminhar sem desqualificar ou diminuir o que o outro conseguiu.
 
Mas, e quando você é vitima do invejoso e não consegue lidar com isso? Pense, você é muito maior do que o que esta acontecendo, não paralise sua vida por causa dele, pelo contrário organize-se emocionalmente para obter ou manter o que deseja. Ele não é forte é você vê dessa maneira, portanto desconstrua esse pensamento. Se necessário se afaste dele para ter mais tranquilidade.
 Não se iluda, não adianta contar o quanto batalhou ou tudo que passou para ele, o invejoso não dará importância nenhuma.

 
Finalizando faça autoavaliação para reconhecer se você sente inveja e trabalhe este sentimento para conseguir viver melhor.

 
Seja Feliz.
 

Teresa Zogaib

27/03/2013

PARA SER FELIZ


Muitas pessoas que chegam ao meu consultório queixam-se de dores tanto no corpo quanto na alma, reclamam que já não conseguem ter prazer em suas vidas e que perderam a esperança de viver bem, realizados e felizes.

Pensando muito sobre isto e estudando Psicossomática que é o estudo sobre a relação corpo e mente, junto com as formas ou os caminhos do adoecer e quais as regiões corporais afetadas. Percebo que a doença fala muito sobre quem você é, e também noto que o estresse ocupa um papel fundamental nesse adoecer somadas as tendências genéticas que todos nos temos.

Noto que pessoas que realmente querem sair desta situação a qual gera muita angústia e ansiedade piorando o quadro, quando olham para suas vidas e percebem que tem a oportunidade de organizá-las diferente do que viveu até hoje, apresentam maiores chances de se recuperar e passa a viver de forma mais prazerosa.

Como tudo na vida a mudança não é tão fácil, mas quando se deseja já é meio caminho andado para atingir seu objetivo maior, ou seja, viver saudável tanto de mente como de corpo.

Entre várias mudanças necessárias para que isto ocorra penso em algumas que com certeza irá ajudá-los como, por exemplo:

Trocar o mau humor pelo bom humor, ele é um dos remédios mais eficazes para nossa saúde. Dê mais risada, ria de você mesmo, é muito melhor do que explodir de nervoso. Seja mais otimista tenha um olhar positivo para sua vida, troque a tristeza que não te ajuda em nada, pela alegria ela dará mais segurança, força para enfrentar a vida e ampliará suas amizades.

Seja alegre, comunique-se com as pessoas e lembrem-se pessoas são diferentes de você, mas não significa que você não combinará com eles, a alegria rompe barreiras e ajuda a recuperar nossa saúde.

Outro sentimento bom de ser vivido é desenvolver sua autoconfiança, você caminhará melhor e chegará mais longe atingindo seu objetivo, isto o deixará mais feliz e ampliará sua autoestima.

Não seja o que o outro gostaria que você fosse isto pode fazer você se afastar de si mesmo, causando perda de identidade e deixando você à deriva para tomar suas decisões.

Pense, não é melhor se conhecer e ampliar suas habilidades e lapidar seus defeitos? Com um pouco de persistência você conseguirá e se sentirá melhor.

Nem pense em usar uma máscara social para aparentar o que você não é, mas acredita que se fosse sua vida seria melhor. Nada que não é verdadeiro dura para sempre e quanto maior a representação maior será seu tombo

Não seja muito rígido com você e com os outros, aprenda que todos nós falhamos, mas sempre podemos nos reorganizar e conseguir nosso objetivo. Seja flexível, sua saúde agradece.

Na vida tudo é mudança adapte-se e aprenda a fazer boas escolhas, se não der certo, escolha outro caminho, só não vale desistir.

Fique íntimo de você mesmo ,perceba o que você gosta e do que não gosta, faça opção sempre por situações agradáveis e valorize o momento.

Jogue fora a raiva, o rancor, a inveja eles fazem mal para o fígado e aumenta a pressão, não vale a pena carregar esse peso.

Relacione-se com amigos, parceiros, colegas sem esperar o que eles não tem para te dar e receba de braços abertos o que eles tem para dar. A vida é troca e se você fizer boas trocas aprenderá mais e viverá mais saudável.
 
" Não há uma estrada real para a felicidade, mas sim caminhos diferentes...."
 

Luigi Pirandello

 
Seja Feliz
Teresa Zogaib
 

10/03/2013

O QUE O JOVEM DE HOJE DESEJA ?


Pesquisadores do comportamento até pouco tempo afirmavam que os adolescentes apresentavam características como, por exemplo: comportamentos opositores devido à explosão hormonal somada as ansiedades e angustias que os adolescentes enfrentam nessa época da vida buscando uma nova identidade.
Pesquisas atuais mostram que o cérebro dos adolescentes ainda esta em formação principalmente em regiões responsáveis por comportamentos como alteração de humor, impulsividade e discernimento.

Estes novos dados unem-se aos critérios anteriores numa tentativa de explicar as famosas transformações da adolescência.
Hoje os pesquisadores também ampliaram a fase da adolescência, ela inicia-se em torno dos 11 anos e termina lá pelos 20, 21,22 anos.
 
Observamos um fenômeno diferente entre os jovens atuais eles estão saindo da casa dos pais muito mais tarde, adiando sua independência e autossuficiência, ou seja, assumir a responsabilidade por suas escolhas e amadurecimento. Preferem ficar ao lado dos pais, mas querem viver todo o lado prazerosamente da vida, como ser sustentado, trazer a namorada para dormir ou morar com ele e os pais, parece que optaram por uma atitude mais imatura ao invés de tornarem adultos.

 É notório verificar que muitos pais mantêm e reforçam esses aspectos regredidos, como forma de controlá-los bem de perto interferindo na vida de seus filhos. Já outros pais apresentam dificuldades em perceber que o filho cresceu o que demonstra que os pais estão mais velhos e que é necessário se reestruturação para viverem outras coisas, o que pode ser muito prazerosamente para eles.
Também vemos pais que os psicólogos chamam de Síndrome. Do Ninho Vazio, estes passaram grande parte da vida cuidando dos filhos e esqueceram-se de preencher suas vidas, muitos desencadeiam depressão nesta fase.

 
Outra coisa que me chama atenção é a época da escolha da profissão, volto a falar muitos pais querem que o filho faça a faculdade que eles determinaram, quando converso com esses pais vejo que eles é que gostariam de ter cursado esta profissão e mesmo que seja inconsciente realizam-se através do filho.
A juventude atual tem algo que eles já convivem desde que nasceram que é a facilidade para obter informações e conhecimento, nasceram na época da internet, inseridos nas redes sociais, abrindo uma nova forma de se sociabilizarem através de seus códigos e condutas peculiares.
Seja Feliz.
Teresa Zogaib

22/02/2013

Transtorno de Ansiedade Infantil



Minha prática clínica em atender crianças tem apontado nesses anos, um aumento significativo para o Transtorno de Ansiedade Infantil. Acredito que isto esta relacionado a vários fatores como maior conhecimento dos transtornos psíquicos, pesquisas apontam aspectos genéticos e familiares em conjunto a situações ambientais desfavoráveis para o desenvolvimento saudável infantil.

Entre estes aspectos é possível citar, perdas familiares, violência física e sexual, acidentes entre outros. Também ressalto que o tempo em que a criança ficou exposta e a forma como ela interpretou toda essa situação.

Estudiosos verificaram que até 10% de crianças e adolescentes sofrem de algum tipo de ansiedade, sendo que metade desses irá desenvolver episódios depressivos como reflexo da alta ansiedade. Em relação ao sexo a prevalência é equivalente entre os meninos e meninas.

SINTOMAS

- fadiga, tensão, irritabilidade, controle excessivo do ambiente.

-Sintomas psicossomáticos como, dores de cabeça, barriga, náuseas, tontura, dificuldade para dormi, respirar, sensação de desmaio.

-medo irracional, pensamentos negativos,

-Grande insegurança, diminuição da atenção, evitação social, o que prejudica seu desenvolvimento social.

Destaco que dependendo do grau de ansiedade surge a gama de sintoma, entre os citados acima.
 
TIPOS DE ANSIEDADE
 
-Transtorno de Ansiedade de Separação: a criança quando separada (perda) dos pais /cuidador desenvolve medo irracional e acredita que algo ruim deve ter acontecido com eles. O sofrimento sentido é muito grande com predominância de pensamentos obsessivos para acidentes, violência, morte, inicia-se uma fase em que a criança acredita que algo também irá acontecer com ela.

Como defesa a essa situação a criança fica muito apegada aos cuidadores e se desespera quando eles saem de perto, desencadeando sintomas somáticos.

-Fobias: é caracterizado por sentimento intenso de medo geralmente voltado para situações ou objetos específicos como: medo de médico, dentista, animal, escuro etc. A criança ao se deparar com essas situações se descontrola havendo agitação motora, mas principalmente sente necessidade de fugir do local.

Dentro das diversas fobias destaco a social, que interfere negativamente no desenvolvimento social infantil como, por exemplo, apresentar trabalhos, reuniões sociais, se expor perante a turma.

-Transtorno de Ansiedade Generalizada: a criança já vem apresentando diversos medos, mas a família não percebe ou não valoriza as queixas e este comportamento vai sendo ampliado e a criança começa a ter muitos medos e preocupações em ser aceito pelo grupo social, escola e seu próprio desempenho. Este transtorno ocasiona grande sofrimento, evitação social e muitas vezes é interpretado pelos pais como fraqueza e exigido que ela enfrente essas situações de maneira desprovida de segurança, o que só piora o quadro e o sofrimento.

-Transtorno do Pânico: são ataques recorrentes de medo exagerado e intenso com sensação de morte somado a reações somáticas e a busca frenética por um diagnóstico que descubra a doença. O Pânico geralmente surge na adolescência, sendo mais raro na infância. Geralmente vem acompanha de depressão e agorafobia que é o medo de lugares fechados.

-Transtorno de Estresse Pós Traumático: é visto em criança que passou por situações de grande impacto como violência física ou sexual, catástrofes, acidentes, perdas significativas deixando várias sequelas em seu desenvolvimento, como sentimentos de horror, pesadelos, comportamentos de isolamento, apatia ou agressividade.·.

TRATAMENTO

É necessária a combinação entre o psiquiatra infantil para determinar o uso do medicamento somado ao atendimento psicoterápico, para que a criança modifique seu comportamento, retome sua segurança e autoestima. Também é importante orientar a família para que ela compreenda as necessidades da criança.
Quando a criança é pequena normalmente o psicólogo trabalha com brinquedos para que ela compreenda através da linguagem lúdica o que aconteceu e como superar.

 
Seja Feliz.

Teresa Zogaib

Mestre em Psicologia da Saúde























04/01/2013

Por uma vida mais leve e feliz

 

Em todos esses anos atendendo no consultório, observo e percebo o quanto as pessoas independência do sexo têm dificuldades para sentirem-se felizes realmente.
Cada pessoa tem sua própria individualidade e seu jeito singular de interagir em seu ambiente sócio afetivo, mas alguns comportamentos somados a algumas queixas permeiam uma grande parcela das pessoas atendidas todos esses anos.

Como por exemplo: a rigidez frente à vida, como a pessoa tivesse que agir somente da maneira que ela acredita que deve ser feito, se algo não sai como ela determinou a pessoa rígida não tem recursos internos para fazer novos caminhos e atingir seus objetivos. Geralmente percebo que a pessoa rígida tem outra característica que é a autocrítica exagerada e o comportamento perfeccionista.

 
Fica muito difícil enfrentar esse trio, normalmente o funcionamento mental dessas pessoas utiliza a racionalização como defesa para justificar seu jeito de agir.
Tem jeito para mudar? Tem sim, mas requer muita força de vontade e autoconsciência no sentido da pessoa perceber que esta agindo dessa forma e para mudar deve se arriscar sair da sua zona de conforto e caminhar para uma zona até então desconhecida, apesar do medo ela conseguirá achar outra maneira mais flexível de enfrentar a vida.
 

Outra queixa que observo que atrapalha afetividade das pessoas é a insatisfação. Penso que o insatisfeito é um eterno voraz, e acredito que também carrega junto a si o sentimento da inveja, desejando sempre o que o outro tem, comparando sua vida a todo instante com a vida do outro e acreditando que o que o outro tem é sempre melhor do que o seu.
Acredito que pessoas assim apresentam sentimentos autodepreciativos, baixa estima e insegurança em relação a si mesmo.

Ao invés de valorizar e se apropriar no sentido de perceber suas conquistas elas deixam de ter valor porque ele sempre irá se comparar com o outro, e sua vida torna-se uma sucessão de comportamentos repetitivos sem saída. Péssimo viver assim, buscando algo que nunca consegue, porque esta busca é interna, esta dentro da própria pessoa, é necessário ele se conscientizar de seu funcionamento e aprender a valorizar cada conquista sua, fazendo com que cada uma de um sentido a sua vida para continuar caminhando de forma mais leve e feliz.

 
Outra queixa frequente é sobre os relacionamentos que não estão ou não deram certo. Sempre pergunto a pessoa por que ela acredita que não deu certo? Dificilmente a pessoa assume sua responsabilidade, geralmente se coloca no lugar de vítima e a culpa esta noutro que a decepcionou e que a faz sofrer tanto.

Vamos pensar, uma relação pressupõe no mínimo duas pessoas como, por exemplo: namorados, amigos, casado, etc. Um relacionamento é uma via de mão dupla, de investimentos de ambas as partes. Você já se perguntou, se exige mais do outro do que você dá a ele? Então é bom verificar se isto esta acontecendo com você, aproveita e também pense se por acaso você não quer transformar o outro em alguém que você imagina que se ele for você será mais feliz?Observe se vocês rivalizam, medem forças, se um é muito controlador e por ai vai...

 

Penso que se relacionar é poder ter espaço para o casal somar, mas lembrem em dar  espaço e não comandar a vida. Por fim se o outro te faz sofrer rompe essa relação será melhor para ambos e abra espaço para conhecer novas pessoas.
Antes que me esqueça, uma boa dica para vivermos leve e feliz é aprender a dizer não para que nos faz  mal.

Seja feliz.

Teresa Zogaib