A ideia deste post surgiu depois de uma discussão de caso clínico em um grupo de estudo, o que diante das hipóteses levantadas me fez pensar muito a respeito do tema.
Em primeiro lugar destaco que muitas pessoas confundem a fase do desenvolvimento infantil que é esperado que a criança por ser pequena (2/3 anos), utiliza seu corpo como defesa, principalmente porque todas suas atividades são corporais, enfim elas usam o corpo como forma de demonstrar descontentamento (mordida, tapas etc.)para com o amiguinho da escola. Esta fase passa desde que a criança tenha pessoas que explique a ela outras formas de lidar com a insatisfação, lembro que comportamento é modulado através da aprendizagem social. Nesta situação também tem um aspecto muito importante a criança sente culpa e chora por ter feito isso ao outro.
Quando falo sobre criança psicopata estou me referindo a crianças que apresentam com grande intensidade e frequência comportamentos voltados para: agressividade, impulsividade, indiferença em relação aos outros como também a sentimentos, mente muito e não fica envergonhado quando é descoberto, enfrenta qualquer pessoa , não respeita figuras de autoridade( pais, professores), desafia o tempo todo vê somente a si mesmo sem estabelecer laços afetivos com outras pessoas, começam a fazer pequenos furtos, brincam de maneira estereotipada sem criatividade e dificuldade de aprendizagem formal.
Como a psicologia e a psiquiatria lida com diversos transtornos para sistematizá-los e denominar estes transtornos encontramos outra forma de funcionamento mental chamado de Transtorno Opositor, este também tem como características diversos comportamentos citados acima, o que dificulta o diagnóstico da criança psicopata, deixo claro que apesar da semelhança quando uma criança é diagnosticada com este transtorno não significa que ele é ou será uma psicopata. Grande parte dessas crianças necessita que seus pais coloquem mais regras e limites para que o filho lide assertivamente com a frustração. O grande diferencial é a intensidade e frequência dos sintomas, junto com ausência de culpa e como consequência de remorso, o prazer sádico em fazer o outro sofrer e relacionamentos com conotações perversas para com os coleguinhas.
Lembro-me de um atendimento de uma menina na época em torno de sete anos que adorava nas sessões lúdicas brincar arrancando a cabeça e as pernas da boneca, furando os olhos dos animaizinhos e dizendo que gostava que eu olhasse para que eu ficasse muito triste. A criança demonstrava muito prazer em seu sadismo e justificava que fazia aquilo porque os brinquedos eram culpados por torcer contra ela.
Voltando ao texto, outro dado importante é a família aceitar que, seu filho precisa de ajuda e o grau de comprometimento da criança, situação que aconteceu neste exemplo. Apesar da minha insistência em indicar um psiquiatra infantil para unir a terapia, isto só aconteceu quando ela perfurou os olhos de seu animal de estimação.
Concluindo, para fechar um diagnóstico é necessário que a criança tenha em torno de sete anos, antes já haver indícios desde pequena e que este seja feito por psiquiatra e psicólogo infantil com experiência nesse transtorno.
Há correntes de pesquisadores que acreditam ser um transtorno genético, já outros que o ambiente que a criança está inserida é que pode mobilizar a psicopatia.Eu acredito que o transtorno seja uma somatória destes dois fatores.
Dicas para lidar com a criança psicopata:
· É dever de a família agir de forma firma em relação a regras, normas, limites e organização dos filhos.
· Como a criança é impulsiva e apresenta comportamento desafiar não permitir que ela controle e mande na família.
· Quando os pais colocarem limites não deve ceder ou desistir de cobrar o que combinou com o filho, portanto avalie a situação e use bom senso.
· Quanto mais cedo buscar ajuda profissional melhor será o prognóstico.
Teresa Zogaib