28/02/2012

INFIDELIDADE

 
 
Ao longo da história da humanidade o tema sobre traição sempre despertou curiosidade e mobilizou diversos sentimentos dolorosos como abandono, rejeição, menos valia, dor, angústia e por ai vai...
Apesar das modificações comportamentais e culturais resultado da revolução sexual principalmente na década de 60 esse tema continua marcando profundamente os relacionamentos.
 
Há vários tipos de infidelidade, a mais comentada esta voltada para os relacionamentos afetivos. Quando um casal passa pela traição o impacto sentido pelo parceiro traído e vivido como algo muito doloroso e geralmente o primeiro momento é de difícil aceitação.
Muitas pessoas relatam que perderam o chão, o rumo de suas vidas e se questionam o porquê isso aconteceu com ele.

  
Podemos levantar várias hipóteses, do porque aconteceu, o fato é que aconteceu algo que possivelmente já não vinha bem na relação. O melhor seria que ambos conversassem sobre o que esta acontecendo na relação, mas isso exige maturidade e responsabilidade, onde cada um responderia por suas falhas e, faltas e desinteresse no relacionamento, o que exige coragem.


Muitos casais ao invés de resolver e buscar juntos superar a crise buscam uma saída mais simplista que é se envolver com outra pessoa mantendo dessa forma sua vaidade pessoal e culpando o parceiro pelo fracasso da relação.
Concordo que é uma fase difícil que mobiliza muita angústia e ansiedade, mas acredito que você tem sim como sair dessa e novamente se relacionar apesar do medo de sofrer. Acredite sua capacidade de amar fica preservada e quando menos se espera , seu coração e seus olhos estão encantados por outra pessoa. Ótimo a vida é assim mesmo uma tentativa de erros e acertos, ou melhor, de mudanças.



Há outro tipo de infidelidade que é tão dolorosa quanto a citada acima, é a traição entre amigos. É importante você ter amigos, alguém em quem você possa confiar compartilhar suas dificuldades, contar seus projetos, enfim amizade mobiliza bem estar e autoconfiança, dando a sensação de ter alguém junto a você.
Mas um dia você descobre que aquela pessoa que você tanto confiava só existia em sua mente, que ela não é exatamente o que você acreditava ser. Frente a esse fato você fica tão decepcionada e não compreende por que ela fez isto. Pense na inveja, na competição e rivalidade, sentimentos esses tão humanos, e tão difíceis de serem assumidos e olhados.
Talvez essa sua amiga não era tão amiga, você é que imaginou e desejou que ela fosse. Apesar da tristeza você vai conhecer outra pessoa que possa ser sua amiga. Mas não esqueça utilize isso como experiência e analise toda a relação, perceba o que mobilizou tudo isso e parta para a vida novamente. Nada como um dia após o outro.



Da mesma forma há infidelidade profissional que é o famoso "passar a perna" e de novos surgem todos os sentimentos citados acima. Só não vale você assumir toda culpa e ficar sempre no lugar de vítima. Aumente sua autoestima, amplie sua segurança, isto será muito importante para retomar o cotidiano.


Penso que entre as várias situações de infidelidade a pior é quando você é infiel a você mesmo. Reflita a respeito disso, olhe para sua vida e responda, não a mim mas a você mesma, você é fiel a você? Resposta difícil essa não?
Em relação a isso acredito que sempre temos tempo de mudar nossas vidas de se autoconhecer para saber o que realmente é importante e o que deseja para sua própria vida.


Se for muito difícil todo esse processo através da introspecção, faça de outra forma, pare um pouco sua correria do dia a dia e pense o que você quer continuar levando junto, e o que você não quer, livre-se disso, por exemplo: o que te angústia tanto? É sua rigidez, troque-a pela flexibilidade, ela dará mais mobilidade para caminhar.
São seus eternos erros, aqueles que você esta cansada de repeti-los, jura que jamais irá fazê-los novamente e quando você vê já fez e o pior passa vários dias se culpando e reclamando de você mesma. Tem coisa pior que autodesprezo? É sua impulsividade que tal trocá-la por reflexão, jogue sua inteligência a seu favor.
 

Enfim olhe para você , seja fiel ao que acredita e deseja , saia de sua zona de conforto e mude pra valer, tenha coragem de largar velhos hábitos que já não fazem mais sentido e conheça novas maneiras de se gostar.

Acredito que dessa forma você estará sendo fiel a si mesma. Tem melhor coisa?

Teresa Zogaib 

17/02/2012

E por falar em amor como anda sua carência?


Todos nós temos desejos, um dos grandes desejos na mente da maioria das pessoas é amar e ser amado. Se olharmos  os poetas, músicos, pintores, escritores e na própria   mitologia através do Deus Eros, vê a grande quantidade de obras que permeam esse tema, mobilizando em nós simples mortais o desejo de viver esse sentimento  e encontrarmos a felicidade.

Vamos falar um pouco sobre esse sentimento? Como surgiu essa fixação tão forte em relação a essa parceria amar e ser amado? Se observarmos desde pequenos, escutamos os grandes clássicos da literatura infantil onde a história transcorre com uma dose de maldade do vilão somado ao sofrimento da mocinha, até que aparece o príncipe encantado, salvando-a e transformando-a em uma bela princesa, pronto esse amor será vivido para sempre.

Tenho certeza que isto influenciou e despertou nosso desejo de encontrar alguém que nos ame tanto que acreditamos poder viver a sensação de plenitude e segurança de amor interminável para o resto de nossas vidas.
Fantasiamos que o outro terá a capacidade de preencher tudo que não conseguimos ter, ser ou fazer por si mesma e através desse outro serei feliz para sempre.

Será mesmo? Aqui começa nosso engano, somos nós mesmos que, precisamos fazer por nós, para buscarmos o que queremos para ser feliz e não responsabilizar o outro para que ele  me faça feliz. Ele pode e deve completar ou ampliar minha felicidade, mas isto é um trabalho construído aos poucos pelo par e não por uma única pessoa.

Vamos retomar nossa vida lá no inicio quando ainda estávamos no útero materno. Se a gravidez transcorreu adequadamente o bebê teve a sensação (sensorial) de ausência de tensão, com o nascimento pressupondo que esses pais conseguiram serem continentes as necessidades do filho desta relação inicia-se o processo de vinculação afetiva saudável, aonde o bebê vai através de sensações corporais  construindo em seu mundo  o modelo de como irá se relacionar co o outro no futuro.

Atualmente pesquisas comprovam o que teóricos da psicologia com Freud e Winnicott , já falavam sobre a importância do afeto desde os primeiros meses como protótipos das relações futuras.
As crianças desde muito pequenas observam como as pessoas ao seu redor se relacionam e reproduzem esse comportamento, tanto para o lado bom, onde um compreende a necessidade do outro como também pelo lado negativo onde os pares se autodestroem, desconstruindo a possibilidade de ser feliz. Com certeza vocês que estão lendo conhecem casais que se tratam dessa maneira  não?


Para que o amor aconteça é necessário que cada pessoa invista em sua autoestima, segurança trabalhe seus medos, suas perdas e rejeições para que eles não sejam substituídos pelo querer que o seja obrigados há  te fazer feliz.

Quantas pessoas já atendi que possuíam qualidades, habilidades e força interna para lidar com as adversidades da vida e enfrentá-las de forma assertiva, mas não conseguiam por não se apropriarem de si mesmo Sentiam-se inseguras , necessitando que o outro falasse o tempo inteiro como ela era forte, boa profissional, que a amava e por ai vai.....

Há pessoas com autoestima tão rebaixada que quando estão sozinhas não conseguem atingir seus objetivo e projetos por que já partem a priori da idéia que nada vai dar certo,  o pior é que não conseguem mesmo, não estão preparadas para receber o bom da vida, não sabem viver bem consigo mesmo, falta confiança e sobra carência afetiva.

Outras ao invés de escolher seus parceiros/ amigos são tão inseguras que não escolhem são escolhidas e nem se quer analisam se gostariam de estar ou não com essas pessoas. Acreditam que isso é o melhor que conseguiram mesmo desejando algo diferente são incapazes de buscar, olha a carência se fazendo presente novamente.

Há também outro tipo de pessoa que quando encontra alguém quer agradá-lo tanto que perde sua identidade e se transforma no que acredita que o outro deseja dela. Sufocam tanto esse companheiro que a única opção que resta é o rompimento da relação.

Perceba se seu comportamento em suas relações é baseado mais em carência do que em amor. Lembre-se no amor há cumplicidade, construção, respeito à individualidade de cada um, torcida para que ambos cresçam e muito vínculo afetivo. Lógico que desencontros acontecem em qualquer relacionamento, afinal vocês são diferentes, mas identifique quais sentimentos estão presentes no momento dessa crise e busque como resolvê-la para que não estrague o que já foi construído.

Concluindo para amar o outro ame a você  mesmo, só damos ao outro o que temos como modelo dentro de nós mesmos.

                                                                            Seja Feliz
                                                              
Teresa   Zogaib

                                                                      

03/02/2012

Quem cuida do cuidador ?



Há momento em nossas vidas que temos que interromper temporariamente nossa rotina, a mesma rotina que tanto reclamamos. Bem, mas que tem a ver com que estamos falando? Penso que o ser humano deseja por natureza, reclamos porque estamos cansados da monotonia e da rotina, como também reclamos quando somos obrigados a mudá-la para cuidar de alguém que adoeceu ou ficou incapaz de se cuidar sozinho.


Precisamos aprender a valorizar aquilo que temos e saber aproveitar nosso tempo de forma mais prazerosa para ampliar nosso bem estar.


É claro que enquanto escrevo tenho consciência que apesar do desejo de viver prazerosamente nossa vida, há momentos que ela toma um caminho mais tortuoso, como quando nos tornamos cuidador de alguém que é muito importante para nós, como por exemplo, a inversão de papéis. Desde que nascemos fomos cuidados por nossos pais, a grande maioria das pessoas no transcorrer de suas vidas passam por uma mudança radical, tornam-se cuidadores de quem os cuidou, o que por si só já é um momento muito difícil.
  
Sei que há profissionais especializados para lidar com este momento, compreendo que foi a escolha feita por eles seguir esta profissão, também penso que apesar de não existir um vínculo afetivo a priori é um trabalho muito desgastante e que eles precisam se cuidar para poder cuidar do outro.
  
Nesse texto falo especificamente sobre o que ocorre quando o cuidador é você e o cuidado é alguém de sua família muito próximo a você com o qual foi construído e vivido um grande laço afetivo durante toda sua existência.

Escutando em meu consultório muitas pessoas relatando suas experiências observo que além do cansaço e do desgaste há um misto de muitos sentimentos nessa situação como, o medo da perda, o de não conseguir dar conta dessa tarefa, a tristeza, mágoa, ressentimento, choro e irritabilidade o resultado disso é demonstrado pelo alto grau de angústia, culpa de sentir tudo isso e stress que é comum aparecer no cuidador.


Cuidar é compreender as necessidades da outra pessoa, suas dificuldades e seus sentimentos contraditórios, muitas vezes até por não poder mais se autocuidar como fazia anteriormente. Observo que muitos cuidadores acreditam que devem se dedicar de tempo integral a este papel, que sua vida esta resumida somente a isso. Grande engano, se o cuidador não estiver bem provavelmente à qualidade de seus préstimos diminuirá e ele pode inclusive deprimir, portanto mais uma vez cito a necessidade dele se autocuidar.


A relação entre essas duas pessoas é muito delicada podendo despertar lembranças tanto boas como más de épocas passadas e isto pode mobilizar situações conflituosas ou não.
Creio ser muito interessante nesse contato estabelecer se possível um pouco de humor na relação cuidador e cuidado, será bom para ambos como também uma tentativa de diminuir a tensão e de possibilitar uma relação mais afetiva entre esses dois companheiros.


É importante que toda a família se reuna para tomar decisões e dividir responsabilidades, dessa forma não fica tudo com uma única pessoa. Como é natural entre famílias os conflitos existem e o ideal é deixá-los de lado para minimizar a dor que estão vivendo. Muitas famílias não conseguem o que aumenta o nível de stress principalmente do cuidador.
 


É possível ver o sentimento de impotência do cuidador quando este se depara com a perda real, momento muito difícil e que devem ser compreendidos pelas pessoas que estão ao seu redor, muitos nessa hora desencadeam depressão e também necessitam ser ajudados para retornarem a sua vida.


RECOMENDAÇÕES:

·        É necessário que o cuidador se cuide, qe tenha tempo para fazer e viver outras coisas como, por exemplo: praticar uma atividade física/lazer.
·        Manter contato com seus amigos, se possível sair com eles para se distrair e ampliar sua vida.
·        Procure saber se em sua cidade tem grupos de apoio cuidadores. Participe, já que entre os objetivos desse grupo são de partilhar o sofrimento e obter suporte para conseguir continuar cuidando.
·        Fique atento devido ao desgaste físico e emocional pode haver conflito familiar ou conjugal, se necessário busque auxílio profissional.

 Concluindo, cuidar é se dedicar ao outro, mas lembre-se você só conseguirá fazer isto se antes você cuidar de você mesmo.
  
Teresa Zogaib